quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ladrão de Ilusão



Ladrão da tardia ilusão!

Há algum tempo joguei a poeira atrás de um amor.
Amor que me foi caro, mas de vadio acabou.
Não fez flor, não deu fruto, só à decepção prestou.
Tinha ele ficado perdido no tempo e espaço da mente.

Mas ontem mexendo na agenda vi seu telefone perdido.
Lembrei-me dos velhos tempos em que não era bandido.
Aquele que roubou minha tardia ilusão.
Hoje ando tão dura em pedra, tão pé no chão.

Pergunto-me porque se perdeu no tempo?
Tão estranho em nada mais sedendo?
Como pode ser assim de brincadeira?
Um ator dramático por plena bobeira?

Estranho lembrar e já não sentir raiva.
Passada a saraiva, a bonança e depois o nada.
Mas ontem, voltou à lembrança não o homem.
Voltou o sonho de finalmente ter e deixar-se perder.

Logo ontem, quando por outras razões.
Mais uma coisa deixei. Decidi:
Hei de deixar mais uma forma de mim.
Sim, preciso mudar sem indagações.

Chega de sofrer pela dor do não querer.
Dor do envelhecer, dor do desejo quente, ardente.
Que já não encontra guarida. Oh vida!
A cada dia serei mais plástica, elástica.

Neste ponto não mais gente. Incoerente.
Chega de buscar o que já não existe.
Querer alcançar o que só me faz tão triste.
Peço a Deus que me capacite e me limite.

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